sexta-feira, 9 de maio de 2008

Mulheres em falta no curso de exatas

“Eventualmente escuto algum tipo de 'gracinha'. No início, era mais freqüente, tanto de alunos quanto de professores, mas na medida em que você vai 'sobrevivendo' ao curso, vai diminuindo”, relata Maria Teresa Araújo de Lima, aluna do 9º período do curso de Engenharia Civil da Universidade de Pernambuco. Aos 20 anos, Teresa diz se sentir gratificada pelo o que estuda por desde pequena gostar da área de exatas, entretanto, sofre com a discriminação dos colegas do sexo oposto.

Os cursos da área de exatas vem abrangendo cada vez menos mulheres e o preconceito direcionado a elas tem sido um dos fatores que influenciam na falta delas nesse campo. Há 20 anos, as mulheres chegaram a ocupar quase metade das vagas nos cursos de graduação em computação. Hoje, são apenas entre 5% a 10%. A Engenheira Civil, Karla Quitéria, também diz ser testemunha do preconceito masculino na sala de aula na sua época de graduação. Hoje, já formada, ela ainda vê a crendice da inaptidão feminil no decorrer de seu trabalho, “sou responsável pelo controle de qualidade de uma fábrica e sempre tenho que dar ordens a homens de um modo geral, mas eles não gostam de recebê-las, principalmente quando se trata de uma mulher”.

Para a psicóloga Maria Carmen Trindade, essa escassez feminina na ciência exata é decorrente da questão sócio-cultural, que, muitas vezes, os próprios pais intervêm para que as filhas não façam tal opção. Carmen explica que a primeira representação social que a criança tem é a família. Se a menina foge desses padrões, a tendência é que o pai e a mãe façam uma reconstrução do que é mais indicado para a criança. “Se a garota não quer brincar de boneca, mas quer brincar de carrinho ou na areia, a família vai começar a dizer que isso é brincadeira de menino”, exemplifica a psicóloga. É na infância que esses conceitos vão sendo formados e a escolha da profissão passa a ser um reflexo disso.

Em janeiro de 2005, o então atual reitor da Universidade de Havard nos Estados Unidos, o economista Larry Summers, chegou a levantar a possibilidade de existir um fator genético que explicasse um maior sucesso dos homens nas ciências exatas. Hoje, atual substituta de Summers, a historiadora Drew Faust rebate tal afirmação ao dizer que não existe prova alguma, nem evidência científica de que haja diferença entre o cérebro da mulher e o do homem capaz de influenciar na atuação como pesquisador ou no interesse pelo o estudo.

Não se pode afirmar se um dia essa diferença percentual entre os gêneros feminino e masculino nessa ciência vai diminuir. Apenas, se espera o mesmo direito e respeito de espaço no mercado. Uma mulher não é intelectualmente inferior nem superior ao homem. Deveria haver uma compreensão maior de todos quanto a isso. Não há razão alguma para essa dissociação de sexos, as mulheres não são nem mais nem menos hábeis que os homens para seguir carreira em cursos de exatas. É apenas uma questão de empenho das duas partes.

12 comentários:

Bruna Mangueira disse...

Poois ehh...
A maioria das mulheres procuram ficar longe das exatas!
E eu sou mais uma, ou melhor... Menos uma! ;D
Minha área é biologia,química essas coisas mais simples!
Engenharia Civíl é de dar nó!
;D
Legall bo blog!
Comenta láá nO meuu! (Y)
Bjs

Daniel disse...

Meu sonho é namorar uma menina geek 8-)

Marcio Sarge disse...

É triste quando rola preconceito seja de qual forma for mas penso que o fato de exatas terem menos mulheres se dá também pela pouca inclinação feminina pra área, não que não sejam capazes é que se saem melhores em outras.
E o fator cultural também conta as meninas mesmo pelas mães são desestimuladas a ingressarem nessa aéra.


Moça adorei o estilo casual do blog e a segurança que escreve os textos gostei tanto que vou linkar no meu rsrs

Depois dê uma passada lá bj

Moça

Anônimo disse...

Moça adorei o estilo casual do blog e de como escreve com segurança, gostei tanto que vou linkar no meu rsrs.
Quando puder passa lá

Anônimo disse...

hahahaha..
bem.. eu nunka sofri nenhum preoconceito quando eu estudava exatas na federal..
entrei entre 40.. dos 40, eramos 4 meninas, uma das 4 desistiu por ortodontia e fikamos 3 entre um moi de macho..
rapaz.. eu nunka reclamei nom (pena que eu namorava.. ) hahaha
pelo contrario.. os meninos nos tratavam super bem.. =]

- otemo texto.. bem escrito.. way to go nandinha!!
(L)

Dih Fernandes disse...

Meu primo faz matematica, e diz exatamente a mesma coisa.
O motivo eu nao sei te dizer.

http://dihdusbeko.blogspot.com/

Anônimo disse...

rsrsr Seu riso é o melhor comentário que posso pedir

Anônimo disse...

eu concordo plenamente com o que eu mesma disse!heheheheheheh

ficou muito legal o texto nanan, e fiquei muito feliz de ter sido escolhida pra ser entrevistada!adoro meu curso de engenharia civil e não troco por biologia nenhuma =]

=****

Unknown disse...

Nanda,
é notório a falta de mulheres entre os cursos na área de exatas. Muito triste ver que é um retrato da nossa sociedade essa discriminação. Mas acredito que isso ainda mude. As mulheres, desde a época das nossas mães (de 1950 até os dias atuais) começaram a reverter esse quadro, quando passaram a deixar seus filhos em casa e ir trabalhar. Não podemos negar q esse já foi um grande avanço, mesmo encarando inúmeros preconceitos. Hoje, mesmo que com salários mais baixos, tornou-se indispensável a presença feminina em muitos exercícios. Em certas áreas passaram a dominar, como a área de saúde. Em outras , como exatas, ainda está faltando aquela motivação que acredito que não irá demorar muito para acontecer. Adorei o texto.
bjos!!!

Julia disse...

Mesmo estando do seculo 21 parece que quanto mais o tempo passa tem certas coisas que não muda como o preconceito tanto de raça como sexo, classe social entre outros ...
e estamos em 2008?
podemos chamar isso de ignorancia?

ah de pensar né!

Bjs

Panda disse...

eu vo cursar exatas ano q vem
e pelo oq to vendo
as mulheres nao sao muito simpaticas a esse tipo de cursos
mas tem algumas q gostam
nao vejo problemas nisso
acho ate bom

http://terradafenix.blogspot.com/

Anônimo disse...

Apesar de nunca ter me dado muito bem com os números, e ter uma certa aversão a esta área hehe, acho um preconceito bobo de querer atribuir a área de exatas apenas aos homens, tem muita mulher que curte e deveria seguir sim aquilo que gosta, independente do que vão falar. Desculpa pelo meu sumiço Nanda, espero que estejas bem lindona! Beijos!